sábado, 5 de abril de 2014

»»»» Um Pássaro a Morrer ««««

 


Não é vida nem morte, é uma passagem,
nem antes nem depois: somente agora,
um minuto nos tantos de uma hora.
Uma pausa. Um intervalo. Uma viagem.

Prisioneira de mim, onde a coragem
de quebrar as algemas, ir-se embora,
se tudo o que em mim ria agora chora,
se já não me seduz outra viagem?

E nada disto é céu nem é inferno.
Tristeza, só tristeza. Sol de Inverno,
sem uma flor a abrir na minha mão,

sem um búzio a cantar ao meu ouvido.
Só tristeza, um silêncio desmedido
e um pássaro a morrer: meu coração.

     Fernanda de Castro

2 comentários:

  1. Um magnífico soneto.
    Gostei da tua escolha.
    Célia, tem uma boa semana.
    Beijos.

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  2. Também gostei do poema... Não conhecia a poetisa... Mas gostei da maneira como escreve... Na realidade isto é uma passagem e bem curta, o bom é que não se pensa;

    Gostei das tua visita; e um bom resto de fim de semana; Bjs.

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