domingo, 12 de maio de 2013

Dez Reis de Esperança *****++

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Se não fosse esta certesa***
que nem sei de onde vem,**
não comia nem bebia,
nem falava com ninguém,
Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que ouve-se,
punha os joelhos á boca
e viesse quem viesse.**
Não fossem os olhos grandes,
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonhava no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram e não perceberam,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
...se não fosse a fome e a sede

dessa humanidade exangue
roía as unhas e os dedos,
até os fazer em sangue.

 ** ANTÒNO   GEDEÃO **


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