Uma pasagem do livro de Mia Couto( a confissão da leoa)
__O pai quexava-se de que,ontem,a mãe desafiou os madamentos do luto.È verdade que ofendeu os espíritos? __Dou-lhe um conselho,minha filha:quando fizer amor,faça dentro do rio,dentro de água,como os peixes. __Por amor de Deus:isso não é conversa de uma mãe! __Pois lhe digo:fazer amor na água é melhor que na cama. __Como sabe? __Eu vejo a minha vizinha. __A vizinha?Não pode,ela é totalmente viúva.
********** Mais uma pequena passagem do livro: a confissão da leoa( de Mia Couto)
---Vou pedir licença ao rio. A feiticeira inclina o sombreiro sobre o rosto e,nesse instante,ela própia se converte em sombra. Apia Nwapa está inchada de vaidade:gente estranha(incluindo um representant do própio administrador)senta-se no seu terreiro. A mulher recosta-se pesadamente no tronco do embondeiro.Pernas estendidas juntas,acomoda-se como se aquela fosse a sua igreja privada.Olha longamente para o escritor,para mim e para Maliqueto Próprio. Depois,volta a anunciar: --Para vos dar autorização para caçarem tenho que,primeiro pedir licença ao rio. --Ao rio?--pergunto, impaciente. --O rio tem seus mandos.No Lideia mora o ngwena maior.O senhor conhece esse crocodilo... --Conheço-o? --È o mesmo crocodilo que o senhor matou há muito tempo atrás.
Como vivi muito tempo em Àfrica não resisti em comentar aqui, pequenos episódios do livro que estou lendo, tanto me recorda o tempo que lá passei, foi um tempo inesquecivel, de pequenos contos indigenas de uma simplicidade e ternura:
Uma pasagem do livro de Mia Couto( a confissão da leoa)
ResponderEliminar__O pai quexava-se de que,ontem,a mãe desafiou os madamentos do luto.È verdade que ofendeu os espíritos?
__Dou-lhe um conselho,minha filha:quando fizer amor,faça dentro do rio,dentro de água,como os peixes.
__Por amor de Deus:isso não é conversa de uma mãe!
__Pois lhe digo:fazer amor na água é melhor que na cama.
__Como sabe?
__Eu vejo a minha vizinha.
__A vizinha?Não pode,ela é totalmente viúva.
********** Mais uma pequena passagem do livro: a confissão da leoa( de Mia Couto)
ResponderEliminar---Vou pedir licença ao rio.
A feiticeira inclina o sombreiro sobre o rosto e,nesse instante,ela própia se converte em sombra. Apia Nwapa está inchada de vaidade:gente estranha(incluindo um representant
do própio administrador)senta-se no seu terreiro.
A mulher recosta-se pesadamente no tronco do embondeiro.Pernas estendidas juntas,acomoda-se como se aquela fosse a sua igreja privada.Olha longamente para o escritor,para mim e para Maliqueto Próprio. Depois,volta a anunciar:
--Para vos dar autorização para caçarem tenho que,primeiro
pedir licença ao rio.
--Ao rio?--pergunto, impaciente.
--O rio tem seus mandos.No Lideia mora o ngwena maior.O senhor conhece esse crocodilo...
--Conheço-o?
--È o mesmo crocodilo que o senhor matou há muito tempo atrás.
Como vivi muito tempo em Àfrica não resisti em comentar aqui, pequenos episódios do livro que estou lendo, tanto me recorda o tempo que lá passei, foi um tempo inesquecivel, de pequenos contos indigenas de uma simplicidade e ternura:
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