sexta-feira, 23 de maio de 2014

^^^~ Distância ~^^^

Não vás para tão longe !
Vem sentar-te ,
Aqui na chaíse-longue, ao pé de mim...
Tenho o desejo doido de contar-te
Estas saudades que não tinham fim.

Não vás para tão longe !
Quero ver
Se ainda sabes olhar-me como d`antes,
E se nas tuas mãos acariciantes,
Inda existe o perfume de que eu gosto.

Não vás para tão longe !
Tenho medo,
Era sempre demais o curto espaço,
Que havia entre nós dois ...
Agora , um embaraço,
Hesitas e depois,
Com um gesto de tédio  de cansaço
Achas inconveniente,
O meu abraço.

Não vás para tão longe !
Fica. Inda é tão cedo !
O vento continua a fustigar
Os ramos sofredores do arvoredo,
E eu ponho-me a pensar
E tenho medo !

Não vás para tão longe !
Na sombra impenetrada,
Como se agita e se debate o vento !...
Paira nas ruínas velhas do convento.

Que além se avista,
A alma melancólica d`um monge
Que a vida arremessou àquela  crista,

Céu apagado, negro, pessimista,
E tu sempre mais longe !...

               "
   Fernanda  de  Castro "

2 comentários:

  1. Um poema interessante.
    As pessoas, com a idade, tendem a ser cada vez menos carinhosas.
    Um beijo (carinhoso), querida amiga Célia.

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  2. Todos nós guardamos na lembrança
    um momento bom com um amigo.
    Na memória as lembranças daqueles
    que souberam nos conquistar.
    Não se trocam as amizades, conservam-se os amigos
    para compartilhar as alegrias e possível tristezas .
    Meu carinho e agradecimento .
    uma abençoada semana beijos no coração.
    Carinhosamente..Evanir..
    Lindo poema amiga querida!

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