quinta-feira, 3 de outubro de 2013

»»» Poema «««

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 Lembrava-se dele e, por amor, ainda que pensasse em  serpente, diria apenas arabesco;
e esconderia na saia a mordedura quente, a ferida, a marca de todos os enganos, faria quase tudo.
__________ Por amor:   daria o sono e o sangue, a casa e a alegria, e guardaria  calados os fantasmas
do medo, que são os donos das maiores verdades.  Já da outra vez mentira.
______... E por amor haveria de sentar-se á mesa dele e negar que o amava, porque amá-lo era
um engano ainda maior do que mentir-lhe.  E, por amor punha-se a desenhar o tempo como uma
linda tonta, ... sempre a cair da  folha, a prolongar o desencontro.
__ E fazia estrelas, ainda que pensasse em cruzes, arabescos, ainda que só se lembra-se
     de serpentes.


         " Maria do Rosário Pereira "

5 comentários:

  1. Por amor
    a gente faz
    o que não se faz
    a gente diz
    o que não se diz
    a gente é
    o que não se é

    a gente só ama...

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  2. amá-lo era
    um engano ainda maior do que mentir-lhe
    ----------
    Amar é um engano até ao momento em que passa a desengano. Sonhos que o são até ao momento em que o deixam de o ser.
    ---------
    Felicidades
    Manuel

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  3. Gostei daqui.
    Se posso, fico.
    Grande abraço e ótima semana.
    Gilson.

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  4. Se gostou...! pode ficar... é sempre bom mais um amigo ;
    Um abraço Gilson...!

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  5. Sim, por amor.
    O que não se faz por amor?
    E a poesia também se faz no amor.
    abraço

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