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Lembro-me o que fui dantes. Quem me dera,
Não me lembrar! Em tardes dolorosas,
Eu lembro-me que fui a Primavera,
Que em muros velhos fez nascer rosas!
As minhas mãos, outrora carinhosas,
Pairavam como pombas... Quem soubera,
Porque tudo passou e foi quimera,
E porque os muros velhos não dão rosas!
São sempre os que eu recordo que me esquecem...
E já não fico abandonada!
Sinto que valho mais, mais pobrezinha:
Que também é orgulho ser sozinha,
E também é nobreza não ter nada!
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