Lembrava-se dele e, por amor, ainda que pensasse em serpente, diria apenas arabesco;
e esconderia na saia a mordedura quente, a ferida, a marca de todos os enganos, faria quase tudo.
__________ Por amor: daria o sono e o sangue, a casa e a alegria, e guardaria calados os fantasmas
do medo, que são os donos das maiores verdades. Já da outra vez mentira.
______... E por amor haveria de sentar-se á mesa dele e negar que o amava, porque amá-lo era
um engano ainda maior do que mentir-lhe. E, por amor punha-se a desenhar o tempo como uma
linda tonta, ... sempre a cair da folha, a prolongar o desencontro.
__ E fazia estrelas, ainda que pensasse em cruzes, arabescos, ainda que só se lembra-se
de serpentes.

" Maria do Rosário Pereira "
Por amor
ResponderEliminara gente faz
o que não se faz
a gente diz
o que não se diz
a gente é
o que não se é
a gente só ama...
amá-lo era
ResponderEliminarum engano ainda maior do que mentir-lhe
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Amar é um engano até ao momento em que passa a desengano. Sonhos que o são até ao momento em que o deixam de o ser.
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Felicidades
Manuel
Gostei daqui.
ResponderEliminarSe posso, fico.
Grande abraço e ótima semana.
Gilson.
Se gostou...! pode ficar... é sempre bom mais um amigo ;
ResponderEliminarUm abraço Gilson...!
Sim, por amor.
ResponderEliminarO que não se faz por amor?
E a poesia também se faz no amor.
abraço