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Não saberei nunca**
dizer adeus,
Afinal,
só os mortos sabem morrer:
Resta ainda tudo,
só nós não pudemos ser.
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo.
Não é este sossego,
que eu queria;
este exílio de tudo,
esta solidão de todos.
Agora,
não resta de mim,
o que seja meu,
e quanto tento,
o magro invento de um sonho,
Todo o inferno me vem á boca.
Nenhuma palavra,
alcança o mundo, eu sei,
Ainda assim escrevo.
MIA COUTO
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
sábado, 4 de janeiro de 2014
******=== TORTURA === ******
Tirar dentro do peito a emoção,
A lúcida verdade, o sentimento !
___E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...
Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
__ E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento...
São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!
SONETOS*** de FLORBELA ESPANCA ***
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